sábado, 16 de abril de 2011

Manifesto

Em 1917 Duchamp apresentou um urinol como se de uma obra de arte se tratasse. Deu-lhe nome, “La Fontaine”, assinou e colocou no contexto do museu. Questionou o papel da arte, no contexto do seu modernismo, usando como ferramenta (não só mas também) a qualidade autoritária do museu.


Em 1917 passou-se uma revolução e em 2011 passa-se outra. A sociedade hoje já não se enquadra no panorama da cultura de massas, mas sim na separação da população em nichos. Existe uma progressiva individualização da sociedade (ou a sua ilusão) que abre vários problemas para o contexto do museu. Nós acreditamos que o museu autoritário, com poder de classificação das obras de arte, é uma questão ultrapassada. No texto “arquivo sem museus” de Hal Foster é claro que o acesso à imagem é feito, hoje, de uma forma imediata e livre, apesar de o ser através de plataformas deficientes.


Em 2011 começa a revolução do D.I.Y., o museu absolutamente interactivo. Nós propomos apresentar um museu livre de autoritarismos, assente na vontade de oferecer a um público o museu que ele nos pede, e o museu que ele cria. É ele o protagonista desta nova era, é ele quem decidirá qual a nossa face. Literalmente.

Sem comentários:

Enviar um comentário